MINISTÉRIO RENASEM SALVADOR BAHIA - RCC

Sejam Bem-Vindos! "Fazemos parte do Ministério de Seminaristas que comungam do carisma da RCC e juntos nos unimos através do retiro RENASEM para orarmos, reavivarmos a nossa fé, vocação e vivermos este carisma - Em particular, somos do Estado da Bahia e desejamos chegar ao coração das Dioceses do país com a nossa fraternidade e oração vivendo intensamente o processo formativo em nossos seminários".

sábado, maio 30, 2009

Espírito Santo de Deus, inunda-nos!



DOCE HÓSPEDE DA ALMA - SANTIFICA-NOS!
Por Ana Maria Bueno Cunha

Caríssimos, como são maravilhosos, como são preciosos os dons de Deus! Vida imortal, esplêndida justiça, verdade liberta, fé intrépida, temperança santa: tudo isto nossa inteligência concebe. O que será então que se prepara para aqueles que O aguardam? O Santíssimo Artífice e Pai dos séculos é o único a conhecer a sua santidade e beleza. Portanto, a fim de participarmos dos dons prometidos, empreguemos todo empenho em sermos contados no número dos que esperam” (São Clemente I – Papa e Mártir da Igreja – séc. I - AQUINO, Felipe – Alimento Sólido – Editora Canção Nova - Cachoeira Paulista - S. P – p. 23).

“Sede perfeitos como o Vosso Pai é perfeito” (Mt 5,48)

Conta-se que um cônego de Limoges, o Abade Guimabaud, falecido em 1944, tomara parte numa peregrinção a Roma quando ainda jovem sacerdote, tendo sido apresentado ao Papa Leão XIII pelo Vigário Geral, da forma seguinte: “Santitíssimo Padre, aqui está um sacerdote que leu todas as suas Encíclicas” – Qual prefere? Perguntou o Papa ao Abade – “A que trata do Espírito Santo”- Ah! continou Leão XIII, o Espírito Santo….o divino desconhecido!...”(PLUS, Raul – Em União com o Espírito Santo – Quadrante – Introdução)

Graças a Deus pode-se dizer que hoje o Espírito Santo não é mais o divino desconhecido, mas infelizmente podemos dizer, que muitos de nós desconhecemos toda riqueza de suas ações nas almas, que consiste em educa-las para a santidade. Saibamos bem que Deus nosso Pai, reservou para Si a santificação das almas que Ele tanto ama, já que as criou para Ele. E o faz de uma forma ordenada, silenciosa e eficaz, para levar a termo Seu desejo de elevar o homem à condição a que foi criado primeiramente, com toda riqueza de dons e dotes sobrenaturais. Deus quer que sejamos perfeitos, assim como Ele é perfeito, nada mais que isso.

Deus é quem faz os santos. A santificação é obra do amor e este amor é o próprio Deus que nos convida e age em nós para nos convertermos e nos santificarmos, portanto a alma resoluta que busca na docilidade deixar-se conduzir pelo Espírito, terá como recompensa o encontro com Deus.

Deus quis que o homem fizesse parte de Sua família, tornando-o um filho com direito à Sua herança. E para que isso não fosse apenas uma formalidade, deu-nos a participação de Sua vida divina, com uma qualidade criada e real, que nos faz participar já aqui na terra das luzes da fé, para um dia possui-Lo no céu pela visão beatífica de Si mesmo, amando-O como Ele é. Para tanto, no dia do nosso Batismo, firmou-se entre Deus e nós um verdadeiro contrato. Neste Sacramento da Igreja, pelas suas águas regeneradoras e pelo Seu poder, efetivamente a Santíssima Trindade se derramou sobre nós : "O amor do Pai e do Filho foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado." (Rm 5,5). Esse Amor é um amor substancial, imutável e eterno.

No Batismo recebemos os frutos da redenção operada por Cristo na Cruz. Ali somos purificados da mácula original, da falta da graça e dos bens perdidos por Adão, nosso pai terrestre, além de recebermos nossa adoação filial. E tudo isso acontece pela ação da pessoa do Espírito Santo. Aquele que o Santo Padre chamou de divino desconhecido, e tanto quanto Jesus, tem seu calvário na medida em que não é conhecido, amado e sobretudo querido pelos homens, que Deus escolheu para serem seus filhos adotivos. Por Ele nos tornamos livres e por Ele decidimos por Deus. Ele nos vivifica, por isso é o autor da vida nova que o Senhor nos oferece. Jesus disse:" Eis que faço novas todas as coisas". Queridos, pelo Espírito fazemos parte desta maravilha de Deus.

Sua obra magnífica consiste em nos fazer amar a Deus, nos liberta do amor do mundo e nos leva a nos conformarmos com Sua santa vontade. É a Ele que devemos buscar para podermos cumprir nosso fim, vivendo na luta contra o pecado, perseverando até o dia final. Logicamente é a Santíssima Trindade que buscamos para sermos santos, mas esta obra é dada ao Divino Espírito por atribuição, já que nas obras do amor, Ele se faz presente e atua eficazmente. Mas é Deus todo, que opera em nós o Seu querer e executar.

O Espírito Santo, portanto, é o educador de nossas almas, de incomparável sabedoria e amor. Mestre na arte de conduzi-las e plasma-las de acordo com Sua vontade, Ele faz o que quer e quando quer, pois é o educador gratuito e liberal, e age porque é bom, não dependendo do mérito de ninguém. Só pede que esta alma se deixe conduzir por Ele, em função de sua natureza e segundo suas disposições, para leva-la ao acabamento total na graça e à qualidade de adultos na fé. Ele é o princípio da santidade e nos faz voltar para Deus e quer nos unir a Ele de forma habitual e permanente . Ele nos purifica e nos da firmeza, fazendo com que desejemos sempre mais a ascenção ininterrupta para Deus, para fazer de nós, imagens perfeitas de nosso Pai.

Saibamos bem que é apenas no Espírito Santo que devemos esperar a santidade, que não nos será negada se a buscarmos diligentemente a cada dia, lutando tenazmente contra o pecado que nos afasta de Deus, pois nos diz as Escrituras que a alma que põe a confiança no Senhor, nunca será confundida (Sl 30,2). Como disse, Deus é quem faz os santos, portanto é Ele quem conduz ao que Ele mesmo nos propõe. É preciso que cada um conheça quando, de que maneira Ele age, para com o coração disponível viver esta vida de forma a subir sempre à presença do Senhor.

Nossa vida é uma caminhada para o alto e Deus mais do que ninguém nos quer ajudar nesta subida. Nosso fim consiste em ve-Lo, viver nEle e para Ele, mas podemos experimentar já aqui, esta vida de filhos, com toda a fecundidade que ela nos oferece. Já digo de antemão, que não depende dos sentimentos, mas do se deixar conduzir pelo Espírito Santo que nos foi dado. Saber, pela razão, de que maneira Ele nos conduz, para aceitarmos agradecidos Seu amor e Sua transformação.

Ora, se o Espirito nos foi dado, nos pertence e se nos pertence pode fazer com que nos tornemos santos, porque Ele é santo! Nossa limitação nunca alcançará esta misericórdia inefável e infinita!! Quanta vantagem tivemos quando o Senhor disse que era preciso que Ele fosse. Ficaríamos sem Ele, é certo, mas receberíamos o grande presente que nos seria concedido. O Espírito Santo é nosso amigo, nosso Consolador e nossa força nas provações da vida presente e quer levar a cabo na vida de cada um de nós, esta transformação maravilhosa que a cada dia nos transforma tal qual Ele é, e para qual fomos criados.

Mas quantos tem desperdiçado por desconhecimento esta graça bendita? Quantos tem se cansado na caminhada buscando se santificar com suas próprias forças, que são nada diante da força de Deus, desprezando Aquele que realmente santifica? Quantos tem sentindo sua vida vazia, crendo que tem desagradado a Deus, crendo que tem perdido tempo em orações infrutuosas, se sentindo como que inúteis diante de todo bem que sabem que Deus os convida a viver?

Assim já dizia Pierre Charles : " Senhor, por que, para subir até Vós, não temos a mesma coragem com que galgamos montanhas? Por que havemos de temer a escalada do Vosso Sinai, para ir falar-Vos e contemplar- Vos face a face? Quando penso na imensidade do esforço sinto-me esmagado. Como farei para atingir o inacessível? Ah… Depois que descestes até à humanidade, há um caminho aberto para subir até Vós" (Generosidades – Quadrante – São Paulo – 1991 - pag. 52)

quarta-feira, maio 27, 2009

Com Vocação: Ano Sacerdotal



Bento XVI Convoca “Ano Sacerdotal”
Por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura d’Ars, João Maria Vianney, Bento XVI anunciou esta manhã que, de 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010, se realizará um especial Ano Sacerdotal, que terá como tema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Segundo comunicado divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Santo Padre abrirá este Ano presidindo a celebração das Vésperas, em 19 de junho, solenidade do Santíssimo Coração de Jesus e Dia de santificação sacerdotal, na presença da relíquia de Cura d’Ars trazida pelo Bispo de Belley-Ars. Bento XVI encerrará o Ano em 19 de junho de 2010, participando de um “Encontro Mundial Sacerdotal” na Praça S. Pedro.

Ainda de acordo com o comunicado, durante este Ano jubilar, Bento XVI proclamará São João Maria Vianney “Padroeiro de todos os sacerdotes do mundo”. Além disso, será publicado o “Diretório para os Confessores e os Diretores Espirituais”, junto a uma coletânea de textos do Santo Padre sobre temas essenciais da vida e da missão sacerdotal na época atual.

A Congregação para o Clero, em parceria com os Ordinários diocesanos e os Superiores dos Institutos religiosos, será o encarregado de promover e coordenar as várias iniciativas espirituais e pastorais. A finalidade deste Ano é ressaltar sempre mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea, como também a necessidade de potencializar a formação permanente dos sacerdotes, relacionado-a com a dos seminaristas. (BF)

Uma palavra sobre o filme: Anjos e Demônios



“Anjos e demônios”: nem lisonjas nem exorcismo. O importante é superar o veneno que confunde “fato” com “ficção”.

Por Pe. Maurício Ferreira - http://pemauricio.wordpress.com/
Não é um costume da Igreja Católica Romana criticar aspectos técnicos deste ou daquele filme, opinar diretamente sobre seu elenco e direção. Tal fato pode ocorrer, mas geralmente é mais fácil encontrar uma crítica feita por alguma figura de relevo do mundo católico. Neste caso, porém, se trata de uma opinião pessoal, mesmo quando elaborada dentro de um contexto mais amplo ou por um membro da hierarquia eclesiástica. Geralmente, as observações emanadas pelos diversos organismos – não oficiais, a exemplo de revistas e sites – são direcionadas aos valores morais e éticos que transcorrem no decorrer e nas conclusões de certas obras cinematográficas. O mundo católico é muito numeroso e abrangente (sensibilidades de diferentes sociedades e culturas) e uma opinião uníssona baseado em “gostos e critérios críticos” é quase impossível e desnecessária. Os valores permitem a pessoa relacionar a mensagem do filme à vida concreta. É aqui que reside a preocupação da Igreja. Uma atenção para além da tentativa de recolher simpatia e elogios da parte do público. Os valores éticos são norteadores, importantes e não são descartáveis como o saco de pipoca consumido ao longo do filme.

A arte cinematográfica, em relação à pintura e à música, é uma arte recente. Talvez, por isso, as questões referentes aos “valores” não tenham tomado relevância proporcional à sua grandeza. Isto não quer dizer que o cinema seja ausente desta preocupação. Todavia, outras questões têm sido mais relevantes para este ambiente. Por exemplo, a sétima arte é, geralmente, muito cara. Exige, nos seus projetos mais famosos, uma grande disponibilidade de recursos; envolve uma gama de profissionais especializados e também recursos tecnológicos de ponta. Todo este conjunto de demandas está associado, entre outros elementos, a uma forte propaganda de determinadas culturas, empresas e opiniões. Este conjunto transforma a sétima arte, mesmo reconhecendo os méritos de sua grandeza, num imponente veículo ideológico no atual mundo globalizado. Basta pensar nas produções de Hollywood, por exemplo.

Todavia, nem todos são capazes de fazer um bom cinema. O público é cada vez mais exigente e é preciso argumentos que atraiam multidões às salas de cinema em todo mundo. Para aumentar estas possibilidades o melhor é juntar um excelente diretor, com um cast de primeira, produtores, financiadores e tantos outros “magníficos” em suas áreas. Mas, sobretudo, é preciso um bom contador de histórias. Em nossos dias, um bom contador de histórias é aquele que sabe juntar os chamados “fatos” com a “ficção”. Este deve ser expert naquela simbiose na qual o fato é apresentado como ficção e ficção é afirmada como fato.

Escolhidos os “mocinhos” e os “malvados”, ficção e fato misturam-se numa velocidade que faz a fronteira entre os dois elementos tênue e quase indistinguível. Para dizer a verdade, poucos conseguem, a este ponto, distinguir uma coisa da outra. É inevitável a pergunta: isso é um perigo ou simplesmente condição da sétima arte?

Esta pergunta é também importante diante de uma obra cinematográfica de grande relevo na atualidade: “Anjos e Demônios”, baseado no livro homônimo de Dan Brown, o mesmo autor do mega sucesso “O código da Vinci”.

Deixarei a crítica da produção, fotografia e elenco por conta dos críticos especializados. A proposta deste blog é discutir as questões mais relevantes, na relação com a fé, impostos por Brown no seu livro, tornado um filme de grande sucesso. Deixarei de lado ainda outra perspectiva: defender o Vaticano. Julgo desnecessário porque o Vaticano é bem estruturado para se defender. Quero, modestamente, oferecer alguns esclarecimentos que facilitem uma postura aberta e crítica a obra referida, ao mesmo tempo em que, os temas referentes à fé e ao catolicismo possam emergir com mais profundidade. Neste caso, uma ajuda (a mais) para distinguir fato e ficção é muito importante.

O cinema é uma arte impressionante. Somos cativados por sua capacidade de fazer e provocar nexos sobre argumentos atuais, resgatar temas antigos e até mesmo de “criar” temas que terminam por envolver mesmo quem não é muito ligado à linguagem cinematográfica. Cada vez mais, assim como o futebol tem milhares de “técnicos”, o cinema tem “críticos” espalhados por cada cinema do mundo.

A partir da próxima semana, portanto, um encontro quinzenal para alimentar reflexões e posicionamentos maduros sobre “Anjos e Demônios”. E a partir desta obra, alcançar outras discussões relacionadas à sétima arte e a fé. Até breve!

A ESPIRITUALIDADE DAS FESTAS JUNINAS



Por Elton Santana
O Documento de Aparecida, fruto da Vª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, apresenta a piedade popular como sendo um local de encontro com a pessoa de Jesus Cristo (DA 258-265). As festas juninas são um retrato da religiosidade popular que expressam a alegria de sentir-se parte de um povo que deseja e busca a Deus com um fervor espiritual que se faz notar na simplicidade, beleza, amor e devoção das comemorações dos santos mais populares do calendário junino, a saber, Santo Antônio (13/06), São João Batista (24/06) e São Pedro (29/06).

As festividades do mês de Junho possuem origem remota e distante: nascidas no continente europeu, mais especificamente na França e, em seguida, na península Ibérica, as comemorações do mês de junho são originalmente pagãs. Os povos antigos aproveitavam o solstício de verão (noite mais curta e dia mais longo do ano) no hemisfério norte para festejar e pedir aos deuses fertilidade nas plantações. O elemento fogo que, no nordeste brasileiro, bem como em outras regiões do nosso país, aparece nas fogueiras do dia 23 de Junho como sinal utilizado por Isabel para avisar a sua prima Maria do nascimento de João é originariamente empregado como fonte de luz e calor que afasta das colheitas os espíritos maus que podiam impedir a fertilidade. No século X, esses cultos são cristianizados pela Igreja.

Os festejos juninos chegam ao Brasil, em período colonial, através dos portugueses. A tais comemorações são incorporados elementos de diversas culturas como a indígena e a africana, fato este que faz com que em cada parte do Brasil, as celebrações dos santos juninos ganhem sabores regionais bem acentuados.
Ver nas festas juninas uma via espiritual, ou seja, um caminho para se chegar a Cristo, é considerar, em primeiro lugar, esses elementos originais de tais festividades e compreendê-los à luz de Cristo: aqueles que se encontram com o Senhor, tornam-se pessoas cheias de vida, luz e calor que exorcizam para longe de si o mal de uma vida estéril, insossa e sem Deus. Neste aspecto, vemos que as vidas de

Antônio, João e Pedro são um verdadeiro sinal da presença de Cristo.
Um segundo caminho espiritual fecundo consiste em lançar um olhar sobre a vida desses santos a fim de compreender a relação que cada um deles estabeleceu com Cristo: João é aquele que empregou a sua vida na preparação do caminho do Senhor através de sua pregação e batismos penitenciais; Pedro, por sua vez, era pescador que deixou sua barca e redes (tudo) para seguir a Cristo. Desejava entregar a sua vida ao Senhor, o negou, arrependeu-se, declarou o seu amor, foi feito rocha e pastor do rebanho de Cristo; Antônio é oriundo de família nobre. Ingressa na vida religiosa e dedica-se aos estudos teológicos e das Sagradas Escrituras. Entusiasmado pelos jovens franciscanos que vão para o Marrocos em missão, decide ingressar na ordem franciscana, passa a ser conhecido por suas exemplares pregações. Em meio popular, é considerado como grande solucionador de questões familiares, por isso, é conhecido como o santo casamenteiro. Neste sentido é curioso o fato de que o dia dos namorados ocorra na véspera do dia do santo português.

É necessário, enfim, que as festas juninas despertem em nós o desejo sincero de ‘imitar’ as atitudes de amor a Deus, santidade, coragem e entrega de vida que são peculiares a estes grandes homens que nos precederam na fé. Deixemos, portanto, que a vida desses santos fale forte ao nosso coração e traga renovado ânimo e entusiasmo a nossa vida cristã!